Quero estar no escudo onde cabem duas

no estudo que é o dia-a-dia, dia a dia

dia sim, dia tento

dia não, não é tempo

talvez em março quando abrirem os jardins

talvez junho em se coma na rua

em julho quando a noite só vem quando a chamamos

talvez em velhas quando nos lembrarmos

da pele que tínhamos e do calor de janeiro


Cabem duas dentro do meu corpo

tenho dormido do meu lado do corpo


eu teu escudo

eu teu escudo


E o nada a expandir-se no nada

Enquanto te trago café à cama


Meu amor de manhã

Meu amor do outro lado da estrada

Meu amor em chamas no cimo do monte


Quero estar no escuro onde cabem duas

E o meu corpo é plasma e lava sobre o teu

Devíamos ter dormido mais mas éramos felizes


e eu fazia planos de dormir ainda menos

e eu com a custódia da tua vontade

e eu a morder o teu nome


tu meu escudo

tu meu escudo


E o nada a expandir-se no nada

Enquanto te trago café à cama